Déficit na previdência do PI pode passar de R$ 1 bilhão em 2019

O número de aposentados e pensionistas no Estado, atualmente em 41 mil, já superou os da ativa, algo em torno de 40 mil servidores
13 de fevereiro de 2019, às 11:00 | Wesslley Sales

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“Se este problema não for resolvido todos os estados marcharam para a insolvência”, é a perspectiva traçada por Merlong Solano, Secretário de Governo, ao analisar a atual situação da previdência no país. No Piauí a situação é grave, gerando um déficit que pode passar de R$ 1 bilhão ainda este ano.

“Vem crescendo sistematicamente nos últimos sete, oito anos quando saiu de R$ 400 milhões para R$ 1 bilhão em 2018. Agora, as projeções indicam que vai passar de R$ 1.100 bilhão este ano. É o gargalo financeiro do Piauí. Já estamos operando com orçamento negativo em aproximadamente em R$ 1 bilhão, o que significa que o déficit da previdência estadual já maior que o fiscal”, explica.

O número de aposentados e pensionistas no Estado, atualmente em 41 mil, já superou os da ativa, algo em torno de 40 mil servidores. O Piauí já possui legislação que permitirá a queda neste déficit a partir de 2028, mas será preciso, de acordo com Solano, que o Governo Federal faça ajustes com a reforma para salvaguardar o momento atual.

“Por isso o Governador Wellington Dias está dialogando fortemente com o Governo Federal em busca de alternativas para resolver a situação atual. Futuro já está equacionado porque os novos servidores já entram na nova modelagem. Mas, tem o hoje e os próximos anos. O Piauí, enquanto legislação atual, já alterou o que era possível”, declarou.

Merlong Solano, que pode assumir a vaga de Deputado Federal ainda este mês, disse ver com ressalvas a reforma proposta pelo Ministro da Economia. Para ele, o modelo de capitalização plena vai afundar com os aposentados e pensionistas, como hoje acontece com o Chile, país que tem sido utilizado como referência por Paulo Guedes.

“O Governo Federal tem visão equivocada a partir do Ministro Paulo Guedes. O regime de capitalização plena para todos prevê que a pessoa se aposente com aquilo que ela economizou. Bom para desembargador, deputado. E quem ganha salário mínimo vai guardar o que? Capitalização condenará maioria dos aposentados para a indigência. Chile já está nesta situação. No regime público se aposentar com R$ 50 mil vai passar mais 40 anos com este valor, reajustado toda vez que o salário de um juiz aumentar, situação insustentável”, completou Solano.

Para o petista a solução seria um regime de previdência que garantisse uma renda básica, acabando com o salário integral, mas garantindo um rendimento mínimo e um teto, como o atual regime geral, que paga no máximo R$ 5.600.

Secretário Merlong Solano

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