A tragédia em Suzano-SP e as teses políticas em redes sociais

"Os caras que entraram na escola entraram tão decididos a matar que depois se suicidaram. Se a arma fosse vendida em supermercado fariam a mesma coisa", disse o professor
18 de março de 2019, às 09:30 | Wesslley Sales

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Quarta-feira, 13 de março de 2019. Dois jovens invadem uma escola em Suzano-SP, matam a tiros oito pessoas e depois cometem suicídio. A repercussão foi imediata em todo o mundo, mas nas redes sociais dois grupos politizaram a tragédia: os que são contra e a favor da liberação da posse e do porte da arma de fogo, plataforma de campanha do presidente Jair Bolsonaro.

Enquanto uns criticaram o Decreto Presidencial que flexibiliza a posse de arma de fogo, usando o massacre em Suzano como argumento. Outros publicavam imagens, charge em que uma professora armada poderia verdadeiramente defender seus alunos e impedir os dois jovens de promover a barbárie. 

Para o professor de direito penal, Geovane Moraes, as duas teses estão erradas, principalmente por tentarem politizar o drama das famílias.

“Quem levanta uma discussão dessa em rede social, que é uma oficina do inferno, está se aproveitando da dor de famílias que perderam seus filhos para defender uma tese política. É desonestidade intelectual de ambos os lados. Os caras que entraram na escola entraram tão decididos a matar que depois se suicidaram. Se a arma fosse vendida em supermercado fariam a mesma coisa. Da mesma forma se eu pego uma criança e ensino a ela que na sala de aula a professora tem que estar armada estou criando uma geração de guerra. Então, isso não é razoável em uma democracia como a nossa”, explicou.

Professor Geovane Moraes

*Geovane Moraes é pós-graduado pela Faculdade de Direito de Recife-PE, é professor de Direito Penal, Processo Penal e Legislação Extravagante. É ainda autor de diversas obas jurídicas e palestrante.

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