Ex-delegado vira réu por ocultação de cadáveres na ditadura

À Comissão da Verdade, ele admitiu ter incinerado os corpos em fornos da Usina Cambahyba, em Campos, no Norte Fluminense, entre 1973 e 1975
25 de outubro de 2019, às 14:00 | Congresso em Foco

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O ex-delegado do Departamento de Ordem Política e Social (Dops) Cláudio Antônio Guerra tornou-se réu pela ocultação de 12 cadáveres durante a ditadura, de acordo com a Justiça Federal no Rio de Janeiro.

À Comissão da Verdade, ele admitiu ter incinerado os corpos em fornos da Usina Cambahyba, em Campos, no Norte Fluminense, entre 1973 e 1975. Por isso, o Ministério Público Federal (MPF) pediu, além da condenação, o cancelamento de eventual aposentadoria ou qualquer provento em virtude de sua atuação como agente público.

“Isso é importante, pois, de acordo com dados do Relatório de Crimes da Ditadura (2017), apenas seis de 26 pessoas acusadas por crimes cometidos durante a ditadura se tornaram réus em ação penal”, explicou o procurador Guilherme Virgílio, autor da denúncia.

Os nomes das vítimas estão na lista de 136 pessoas consideradas desaparecidas pela lei que "reconhece como mortas pessoas desaparecidas em razão de participação ou acusação de participação em atividades políticas, no período de 2 de setembro de 1961 a 15 de agosto de 1979".

Entre as admissões de Guerra está a eliminação do corpo de Fernando Santa Cruz, pai do atual presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Felipe Santa Cruz. O depoimento gerou embate entre Felipe e o presidente Jair Bolsonaro, que declarou que o militante foi morto por companheiros de guerrilha, e não por forças da ditadura.

Nomes das vítimas estão na lista de 136 pessoas consideradas desaparecidas pela lei Paulo José Cunha

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