Médico piauiense aprova uso da cloroquina contra a COVID-19

Ele afirma que reumatologistas, infectologistas e médicos de saúde pública possuem grande experiência com o uso do medicamento e podem atestar sua segurança
13 de abril de 2020, às 10:00 | Redação

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Em conversa com o prefeito Firmino Filho, o Professor Doutor em Reumatologia José Tupinambá afirmou que a hidroxicloroquina é o medicamento mais indicado para suavizar e reduzir o curso da doença em pacientes com a COVID-19. O bate-papo aconteceu na tarde desde domingo (12/04) em uma live transmitida através do instagram do prefeito (@firminosfilho).

Segundo o reumatologista, não há uma vacina nem cura para a COVID-19, tornando o vírus intratável, mas existem várias formas de intervenção medicamentais para aliviar e encurtar o curso da COVID-19, sendo a de maior destaque a hidroxicloroquina, que atua no mecanismo de acesso do vírus à célula.

“A medicina nem sempre pode trabalhar com as melhores evidências para tomada de decisões, pois elas podem não estar disponíveis. Mas isso não pode desencorajar o estudo e o uso de medicamentos que merecem ser levados em consideração, visto que estamos lidando com o desfecho morte, algo muito sério que nos permite transigir aspectos metodológicos que em situações ordinárias não faríamos. Além disso, não temos como rebobinar o tempo. Não podemos esperar a melhor evidência aparecer e então voltar no passado para mudar as coisas. Temos que agir agora”, enfatiza.

Quando questionado pelo prefeito se, além de eficaz, o medicamento também é seguro para os pacientes, o médico afirma que reumatologistas, infectologistas e médicos de saúde pública possuem grande experiência com o uso da cloroquina e podem atestar sua segurança. 

“Eu, por exemplo, utilizo há mais de 30 anos no consultório e é uma droga que dá pouco problema. Claro que tem efeitos adversos, e são situações diferentes, o uso na reumatologia e o uso para COVID-19, mas pela experiência que temos é uma droga bastante segura", disse o médico.

Para o reumatologista, a melhor saída ainda é o distanciamento social pois, ao desacelerar a disseminação do vírus, é possível ganhar tempo para preparar o sistema de saúde e para que os acadêmicos possam pesquisar e entender melhor a doença. Ele reforça também que o isolamento deve contemplar todas as pessoas, e não só apenas as dos grupos de risco.

“Houve uma mudança do perfil das mortes. A princípio o número representava, em sua maioria, casos de idosos e pessoas com comorbidades, os chamados grupos de risco. Atualmente, podemos notar que há muitos jovens e indivíduos completamente saudáveis figurando nos números de óbitos. Além disso, quando o jovem sai do isolamento e se infecta com o vírus, ele o leva para dentro de casa e alcança os vulneráveis que estavam protegidos ao decidirem não sair”, pontua Tupinambá.

O Professo Doutor em Reumatologia destaca ainda que é possível observar que os locais que começaram o isolamento mais cedo e que mantiveram essa medida parecem ter resultados melhores do que aqueles que flexibilizaram a quarentena.

Professor Doutor em Reumatologia, José Tupinambá

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