Morte de baterista poderia ter sido evitada no litoral do Piauí

Um desfibrilador automático externo (DEA) poderia ter sido usado para reanimá-lo caso estivesse disponível no local
06 de janeiro de 2020, às 16:40 | Vitor Fernandes

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A morte do baterista Eduardo Henrique Araújo, conhecido como Dudu Batera, em uma casa de eventos em Barra Grande, Cajueiro da Praia-PI, no último dia 28 de dezembro, poderia ter sido evitada. Ele sofreu uma descarga elétrica enquanto manuseava equipamentos eletrônicos. Um Desfibrilador Automático Externo (DEA) poderia ter sido usado para reanimá-lo caso estivesse disponível no local.

A casa de shows é obrigada por lei a fornecer esse equipamento em seu espaço. A Lei 6.406/2013, de 28 de agosto de 2013, obriga a instalação de DEA em cinemas, casas de eventos, boates, pubs, estádios e ginásios esportivos. Os proprietários desses locais ficaram obrigados a treinarem seus funcionários para uso correto do aparelho.

A legislação é oriunda de projeto de lei apresentado pela ex-deputada Liziê Coelho, então filiada ao PTB, aprovado pela Assembleia Legislativa do Piauí (ALEPI), e sancionada pelo então governador Wilson Martins.

A Lei 6.406/2013 alterou dois artigos da Lei 6.359/2013, que tratava sobre a temática, para excluir a obrigatoriedade do DEA em transportes públicos no estado. O deputado Evaldo Gomes, à época pertencente ao PTC, apresentou proposta para desobrigar ônibus, trens e metrôs de usarem o desfibrilador, sob a justificativa de que isso geraria uma despesa milionária que poderia acarretar no aumento no valor das passagens de ônibus.

SOBRE O DEA

O desfibrilador é usado para normalizar o ritmo de batimentos cardíacos diante da ocorrência de uma arritmia (frequência cardíaca anormal). Seu funcionamento consiste em descarregar uma carga elétrica na caixa torácica da pessoa, para que as células cardíacas voltem a trabalhar normalmente.

Há, no desfibrilador, duas placas que devem ser grudadas com gel especial na caixa torácica da vítima. Se as placas forem descartáveis, elas já vêm lubrificadas. Depois de colocadas, o operador deve se afastar e afastar outras pessoas, para aplicar a descarga. Como o coração é estimulado por feixes nervosos, o choque elétrico externo garante que suas células voltem ao ritmo normal dos batimentos até que a pessoa receba ajuda médica.

Dudu Batera / Foto: Facebook

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