Gripe Espanhola e COVID-19, os mortos pelo negacionismo no Brasil

A ciência tem se mostrado, ao longo dos tempos, a principal aliada do ser humano no combate a doenças e na manutenção da vida
30 de abril de 2022, às 13:00 | Douglas Cordeiro

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Finalmente, estamos livres. Tenho ouvido com frequência este desabafo de várias pessoas em relação à pandemia de COVID-19.

Infelizmente, ainda não estamos livres. Tenho respondido a estas pessoas.

Claro, estamos no melhor momento da pandemia. Número de novos casos em níveis baixos, taxa de ocupação hospitalar reduzida e as mortes em tendência de queda na maioria dos estados brasileiros.

A vacinação foi decisiva para o novo cenário. Mesmo com o negacionismo insistindo em lançar dúvidas sobre a eficiência dos imunizantes, os números são irrefutáveis.

Os negacionistas defendiam a imunidade de rebanho alcançada de forma natural. Assim, não havia necessidade de isolamento físico, uso de máscaras, permitindo que as pessoas circulassem normalmente e a economia continuasse seu fluxo natural.

Entre 1918 e 1919, o mundo conheceu a gripe espanhola. Uma pandemia causada pelo vírus influenza. Uma estimativa de 1991 aponta que morreram, no mundo, entre 25 a 39 milhões de pessoas e um levantamento feito em 2005, estimou que entre 50 e 100 milhões foram mortos pela doença. O vírus foi vencido pela imunidade coletiva natural, já que não haviam remédios e nem vacinas naquerla época.

Considerando que a gripe espanhola tenha dizimado em torno de 3% da população global, uma média entre as diversas estimativas, transportando esta taxa de mortalidade para a pandemia do novo coronavírus, seriam cerca de 235 milhões de mortos no mundo.

Já no Brasil, a letalidade foi menor, 35 mil pessoas morreram o que representou 1,3% da população da época, 28.900.000 pessoas. Mantendo a mesma taxa de mortes para a pandemia atual, teríamos 2, 57 milhões de mortos, com base em população de quase 214.000.00 de brasileiros.

Este seria o resultado, em vidas perdidas, da política negacionista.

É importante ressaltar que esta é uma comparação que não considera as enormes diferenças entre as duas realidades. A evolução científica é uma das mais importantes, mas mesmo com este avanço, de nada valeriam os novos conhecimentos se eles não fossem adotas pelos poderes públicos e seguidos pela população.

Não foi um trabalho unificado de combate a pandemia, considerando uma linha principal de atuação e suas variações com base nas diferentes realidades, a queda de braço entre política, economia e ciência, morreram, até agora, 6. 259.720 pessoas no mundo e no Brasil, 664.388 mortes foram registradas.

Com base nas estatísticas, é possível compreender que o negar a pandemia, submeter à população ao contágio desenfreado como forma de superar a crise sanitária mais rapidamente seria promover um massacre de vidas humanas sem precedentes na nossa história.

A ciência tem se mostrado, ao longo dos tempos, a principal aliada do ser humano no combate a doenças e na manutenção da vida. A política partidária, tem se mostrado, no Brasil, a “pandemia” mais letal e duradoura que se tem notícia, causando mortes e sofrimento antes, durante e certamente depois da COVID-19.

Basta uma comparação histórica

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